Convocação da CONGREGAÇÃO – Como recebo a pauta

♣ Esse Texto…

Decidi escrever esse textinho para mostrar como chega a pauta da Congregação no meu e-mail, em geral na quinta-feira que antecede a reunião (sempre realizada na penúltima segunda-feira do mês). Estando a gente em setembro de 2013, a última segunda-feira é dia 30 então a reunião será dia 23…  é de uma álgebra muito fácil essa parte: nenhum mistério a não ser o da memória.

A reunião acontece atualmente na Sala Aurora e tem durado das 14h às 20h, mais ou menos. Por ter essa maior extensão, o oposto da reunião da Extensão que é um pouco mais expressa, a Congregação tem uns comes e bebes bastante sedutores, dos quais desfruto, dos frutos aos cafés, e cookies e sucos. O diretor, no presente Gerson, senta-se na frente da sala, e a vice-diretora Maria Isabel a seu lado; a pauta é projetada via data-show, e a reunião tem o áudio gravado. A relatoria é feita pela Assistência Acadêmica, que produz uma ata a ser aprovada pela Congregação meses depois, e que é oficial. Circula também uma lista de presença a ser assinada, e que garante termos ideia de quórum e coisas assim. Continuar lendo

Congregação aberta em 02/09/2013 ::: RELATO

 

Congregação aberta em 02/09/2013 ::: RELATO

 

(Thiago e Adriana) 

 

 

 

Na segunda-feira, dia 02 de setembro de 2013, tivemos uma reunião aberta da Congregação, sem caráter deliberativo, das 14:00 às 17:00 horas para discussão sobre a próxima reunião do Conselho Universitário, CO, a ser realizada em outubro de 2013 e cuja pauta é: a estrutura de poder na Universidade e a escolha dos dirigentes. O atual reitor encerrará seu mandato em 25 de janeiro de 2014.

 

Estavam presentes professores, alunos e funcionários e a reunião foi coordenada pelo diretor do Instituto, Prof. Gerson Tomanari. A discussão teve como direção a democratização da Universidade e isso tem articulação com questões tais como: a composição dos colegiados (por exemplo: os Conselhos de Departamento não tem representante de funcionário), a necessidade de mudança do regimento da USP, a defesa de uma Estatuinte. Foram trazidas algumas perguntas para introduzir e organizar o debate (outras foram indicadas durante o encontro).

 

 

 

QUESTÕES

 

1 – Queremos mudar o processo de escolha dos dirigentes no momento atual? É o momento? (considerar as configurações do momento atual)

 

2 – Quem pode se candidatar, quem é elegível? Essas candidaturas seriam isoladas (titular, vice) ou seriam formadas chapas? É desejável algo como o já mencionado “esquema de busca pelo reitor”?

 

3 – Quem vota? Deve-se manter a prerrogativa de o Governador do Estado escolher o candidato da lista tríplice?

 

Atualmente ocorre o seguinte funcionamento: candidatam-se titulares que são eleitos pelo CO, Congregações e Conselhos Centrais (Graduação, Pós-graduação, Extensão e Pesquisa). No primeiro turno, esse colegiado elege 8 nomes. Após isso, o CO e os Conselhos Centrais montam a lista tríplice cujos candidatos devem ser eleitos por maioria de votos. O Governador do Estado escolhe um dos três candidatos da lista tríplice.

 

4 – Como votar? Um ou dois turnos? Votar em um ou em mais de um nome?

 

5 – Qual o prazo para inscrição de candidatos? Quais seriam os procedimentos?

 

6 – Deve-se manter a prerrogativa de o Governador do Estado escolher o candidato da lista tríplice?

 

 

 

Abaixo, algumas propostas que têm sido debatidas em diferentes colegiados:

 

# Inclusão dos Conselhos de Departamentos como parte do colégio eleitoral.

 

# Proposta de apenas um turno em que cada eleitor vote em dois ou três nomes, e não apenas em um, defendendo que isso favoreceria composições.

 

# A ADUSP aponta uma consulta com caráter paritário em que o vencedor integraria a lista tríplice.

 

# Proposta de que os três nomes da lista tríplice fossem tirados da eleição direta e paritária

 

# Votação que conquistasse maioria absoluta dispensaria a lista tríplice e a prerrogativa de o Governador escolher.

 

 

Organizamos esse relato em duas partes: QUESTÕES DEBATIDAS e PROPOSTAS desse coletivo.

 

 

 

QUESTÕES DEBATIDAS:

 

– A lista tríplice é item do estatuto da USP. A mudança de estatuto requer uma maioria que não é a absoluta (não havia certeza, mas foi discutivo algo como 75%) dos votos do CO. As discussões realizadas implicam mudanças imediatas sendo que, para algumas delas, é necessária a implantação de uma estatuinte. Se não pudermos mudar esse formato de escolha em que se constituiu uma lista tríplice a ser avaliada pelo Governador, cabe a nós discutirmos a composição dessa lista (quem é elegível) e como ela é formada (o procedimento da eleição: turnos, eleição direta ou indireta). Há dúvidas sobre os procedimentos necessários para cada mudança; recentemente foi possível mudar quem poderia se candidatar a diretor de unidade, sem alterações no estatuto (professor associado 3 passou a poder candidatar-se a diretor).

 

 

 

– Os alunos de pós-graduação defendem que toda a comunidade deve votar e que o caráter não seja de consulta e, sim, de eleição. Defenderam que isso deveria se estender para a escolha do diretor e também, de algum modo, para a composição do CO. Vários colegas se manifestaram a favor. O Centro Acadêmico indica a possibilidade de se pensar em 4 categorias e não 3: professores, funcionários, alunos e comunidade. Ao se discutir sobre a categoria comunidade, algumas considerações foram feitas: o Governador do Estado estaria representando a comunidade, o povo paulista, ao escolher o candidato. Ou então, quem representaria o voto do povo que sustenta essa universidade pública?

 

 

 

– Levantaram-se questões a respeito da influência que esse processo de mudança na estrutura de poder poderia ter na própria eleição para reitor, para a qual os nomes já se esboçam. O momento do ano em que estamos já inviabiliza que o pleito aconteça no tempo em que costumavam acontecer (Outubro) se respeitados os 3 meses que consideramos necessários entre as inscrições e a votação. Foram cogitadas figuras intermediárias, como a do mandato-tampão. Também se afirmou a necessidade de mobilização para alcançar essas propostas.

 

 

 

– Defendendo princípios para uma eleição democrática, ou melhor, considerando uma eleição para dirigentes como a mais democrática possível, a proposta da ADUSP pareceu-nos muito tímida, pois mantém a estrutura hierárquica de poder para escolha dos dirigentes. Defendeu-se que o Governador deveria homologar, por motivo formal, o candidato que venceu uma eleição direta paritária, com peso igual para as três categorias. Temos acumulado discussões que defendem os princípios da democracia e que poderiam ser incluídos na posição a ser defendida pelo IP no CO: o documento sobre os resquícios da ditadura militar em nosso estatuto, a discussão sobre as cotas.

 

 

 

– Sobre a paridade, duas decisões devem ser tomadas: o peso de cada categoria na eleição e, dentro de cada categoria, o valor de cada voto. Defendemos que as três categorias tenham o mesmo peso (33% para cada) e que, em cada uma delas, o voto de todos tenha o mesmo valor, sem diferença entre o voto de um funcionário em relação a outro, de um professor em relação a outro. Nesse sentido, também não haveria diferença no peso dos votos entre os alunos, isto é, o voto dos alunos de pós, de especialização, de cursos de extensão e de graduação – todos que têm número USP – teriam o mesmo valor. O Instituto de Psicologia tem uma posição contrária aos cursos pagos, mas entende-se que todos sejam alunos e que os pesos dos votos não devem ser diferenciados pelo tipo de vínculo. A discussão caminhou para a necessidade de pensarmos se não teríamos, na USP, uma quarta categoria que poderia ser denominada “comunidade” e que seria composta pelos funcionários terceirizados, alunos dos cursinhos, pais dos alunos da Escola de Aplicação, estudantes dos cursos de línguas da FEA… (essa categoria poderia ter 10% dos votos e, as outras, 30% cada uma).

 

 

 

– Discutiu-se sobre a organização dos candidatos por chapas (titular e vice) ou de forma individual. Vice-reitor (assim como vice-diretor) é cargo com atribuições (que deveriam estar mais claras) e que tem recebido bem menos atenção da comunidade quando de seu próprio processo de eleição.

 

A discussão priorizou a necessidade de articulação entre ideias – entre dirigentes e pró-reitores – e a dúvida sobre qual forma de organização garantiria maior representatividade e menos fragmentação. Algumas considerações:

 

# A chapa ajudaria a definir grupos políticos e projetos e atenderia mais ao funcionamento democrático, pois no interior de uma chapa, já haveria o dissenso. Pode-se, inclusive, pensar em uma chapa com titular, vice e os pró-reitores.

 

# Eleições separadas individuais (para titular e vice) com intervalo de tempo entre elas garantiriam maior possibilidade de articulação e composição. A comunidade decidiria quem quer para esses cargos e como pretende fazer as composições de forças. Isto é, a comunidade decidiria a forma como uma gestão seria composta.

 

Portanto, a discussão girou em torno de qual organização (chapa ou individual) garantiria maior articulação pensando que isso poderia ser feito antes (com a chapa) ou depois (com as eleições individuais).

 

Também foi discutida a correspondência ou não dos cargos de reitor e vice-reitor no que diz respeito à impossibilidade de reeleição direta (dois mandatos consecutivos). Se fossem correspondentes, reitor em mandato não poderia se candidatar a vice-reitor nem o vice-reitor a reitor.

 

Essa decisão implica pensarmos no modelo de Universidade e, nesse sentido, a proposta de Comitê de Busca pelo Reitor foi criticada.

 

 

 

– Lembrou-se que temos um histórico recente de posicionamentos marcados, frutos de nossas discussões, que tocam em questões que novamente apareceram, como a da necessidade de uma reforma estatutária, por seu conteúdo e o passado que o determina. Desde as decisões pela extinção a cobrança de mensalidade em cursos de especialização, da moção contra a ação policial truculenta até nossa rejeição ao PIMESP e à escolha do bônus do INCLUSP em lugar das cotas, é necessário resgate desses documentos, e sua anexação, com o sentido de mostrar a dimensão histórica de nossos argumentos.

 

 

 

PROPOSTAS DESSE COLETIVO

 

  1. Eleições diretas e paritárias, 33% para cada categoria com peso de voto igual dentro de cada categoria

  2. Todos os professores doutores, associados e titulares são elegíveis.

  3. Quanto à inscrição: haver carta protocolada com proposta na inscrição e não apenas proposta verbal. A inscrição deve ser realizada 3 meses antes do pleito.

  4. Somos contrários à reeleição

  5. Propomos a instalação de uma estatuinte.

  6. Compreendendo uma continuidade histórica de nossas posições, outros documentos já registrados pela congregação (moção, questão das cotas, a posição frente aos cursos pagos) vão substanciar nossos argumentos.

 

 

 

“Melanie Klein” e “Atendimento Clínico, I, II e III” – Contratação de Professor – Análise do Processo do PSC

Caros colegas,

Na última congregação discutimos um concurso do departamento de psicologia clínica para professor de Melanie Klein e supervisor em AC 0/1/2/3 (http://rdspsicousp.wordpress.com/2013/08/20/19-de-agosto-de-2013-421-reuniao-da-congregacao-do-ipusp/).

Já na reunião anterior, o concurso tinha se dado, e a banca escolhido sua candidata. Acontece que 3 membros da banca que aprovaram a primeira candidata reprovaram a outra (é possível dar notas diferentes, por mérito, sem reprovar; reprovar é dar uma nota abaixo da média), enquanto os dois restantes reprovaram a primeira e aprovaram a segunda. A  banca foi coordenada pela professora Eva Migliavacca.

Feito o concurso, a vencedora submete seu projeto de pesquisa a um parecerista de nosso instituto; no caso da professora em questão, o projeto recebeu parecer desfavorável do parecerista da nossa casa, por ter, entre outros problemas, metodologia pouco clara e pouca promessa de contribuição no conceito estudado.

Ao mesmo tempo, a segunda candidata mandou a nós uma carta, que solicitava esclarecimentos sobre os critérios da avaliação no memorial. Mesmo com doutorado sanduíche em Paris e experiência de trabalho em universidades São Paulo afora, publicações em revistas, etc., a segunda colocada foi reprovada também no memorial por membros da banca que aprovaram a outra. Ela considerava não ter um currículo reprovável.

Fomos designados eu e a professora Marlene Guirado para lermos o calhamaçante processo para à Congregação submeter um texto de análise. Lemos e recomendamos veementemente a anulação do concurso e sua refeitura. Em outros termos, que nossa Congregação não homologasse o concurso. Não tenho como divulgar integral nossa comunicação-análise aqui, e nem seria o caso, pois aqui jorra a palavra direto da fonte, e direto a quem ela se destina, em última instância, qual seja, o olho público alfabetizado que meus dez teclam.

A análise nossa chegou à congregação, que apreciou como pôde nossa sugestão à luz de alguns impedimentos legais e alguns princípios de justiça, pública ou a nível individual (com esta ou aquela candidata). A inexistência de irregularidades no relatório final do concurso de títulos e provas, que é extremamente enxuto e é assim em todos os concursos, foi fator dificultante para a tomada de decisão, e fica isso como observação suplementar para que possamos brigar por relatórios mais revelatórios.

Em meio ao debate, trouxe o texto que apresento abaixo, que faz referência à reunião anterior da Congregação, na qual pude estar abrindo o assunto das supervisões e me disponibilizando a analisar o concurso (sendo frisada a necessidade, com a qual passei a concordar “a posteriori“, de uma coordenação docente para essa análise). O texto abaixo é de minha autoria, não devendo ser confundido com o outro, o com a professora Guirado.

Meu voto, pela não-homologação, foi vencido depois de 3 horas de discussão e 4 abstenções, com os 5 votos contra 6 a favor da homologação. Votamos, também, por reenviar o projeto à candidata, com o parecer da casa, para refeitura. Depois disso poderemos recebê-lo novamente e então enviar à CERT (que cuida dos regimes de trabalho na USP), que pode reprová-lo novamente e reenviá-lo novamente a uma candidata coberta de chances. Questionei por fim se deveríamos redigir um pequeno tutorial de redação de projetos de pesquisa especialmente para esse caso, acidez essa que  como estilo não representa nem quer representar aqueles que represento habitualmente, mas que não pode passar longe da minha língua. Há algo de cômico na lida institucional.

Thiago Betacarroteno (10)

Do “processo” enfim em questão

 Retomando o que me interessou na leitura desse processo: no semestre passado eu e a turma que comigo aqui entrou em 2010 cursamos a disciplina obrigatória do PSC para o quarto ano, “Atendimento Clínico: O Processo Diagnóstico”. O sorteio de grupos de supervisão foi um pouco diferente do que vinha sendo: fizemos uma lista com todas as 11 possibilidades, em ordem de preferência, que foi submetida à distribuição por sorteio de um programa de computador. A mudança no sorteio, que antigamente permitia 5 opções apenas, deveu-se segundo a professora que coordena a disciplina a uma obrigatoriedade de que todos os professores do departamento (ou todos vinculados à disciplina?) exercessem atividade de supervisão. E nos anos anteriores, vinha havendo professores que não conseguiam formar grupo de supervisão para cumprir esse requisito.

Foi presente durante a disciplina a dificuldade de alguns alunos em participar das supervisões clínicas de seus grupos, que foram desde supervisora negando o fornecimento de leituras e discussões teóricas até outra dificultando o acesso dos alunos à prática em detrimento de alguns prelúdios cujo sentido era pouco justificado em sua função (e ainda, houve o caso, de um grupo dissolvido por problemas ainda mais graves). Eu mesmo sofri uma inflexão na direção oposta à do exercício clínico após um semestre de uma supervisão, já a qualifiquei aqui, sofrível.

É com miras numa dificuldade em compreender como se dá a um psicoterapeuta e professor a autorização, o direito ou a obrigação de supervisionar um grupo de psicólogos embrionários, que tento pensar as questões levantadas em mim pelo processo lido. Falo, por extensão, dos concursos de professores de um modo geral, de que tomei conhecimento, como aluno e membro desta congregação, através de uma única espécie, de um único exemplar.

Da questão do Programa (os pontos), do concurso: como ele se produz? Sabemos que não fazemos qualquer coisa de completamente monotônica, ou simples a ponto de contabilizarmos um número limitado de pontos que cobririam todo o campo em que é desejável um professor saber se situar com conhecimento para ser admitido como nosso par; tal contabilismo nem é desejável, inclusive, dadas todas as tendências que temos de impossibilitar a irrupção do que nessa conta seria o mais-um, o algo novo.

E embora tampouco esteja à nossa disposição um modelo pronto de síntese total dos pré-requisitos (técnicos, éticos, intelectuais) a orientarem nosso concurso, como uma máxima a se fazer imperativa, não podemos com essa limitação nos furtar a pensar que existem, sim, conceitos e categorias organizadoras para dar coerência ao que desejamos buscar, como instituição, naquelas e naqueles que futuramente serão nossos membros orgânicos1. O Tripé ensino-pesquisa-extensão, citado no parecer que escrevi com a professora Marlene Guirado, parece um bom começo para pensarmos.

Isso levanto à luz da leitura que fiz nessas férias do processo para professor especializado na psicanalista inglesa Melanie Klein, em busca do qual estamos. Os pontos como os encontro no edital, têm momentos de repetição que não são tão compreensíveis com respeito à sua função; por exemplo “crianças e adolescentes: Melanie Klein e pós-kleinianos (Bion. Winnicott), que se repetem em três itens (e em se desmembrando os três binômios que a pontuação e os parênteses separam, a reincidência é maior). O item 2 e o item 9 não mostram explicitamente aquilo que os diferencia e o 10º soa como uma extensão deles, bem como o 12º, 14º, de tão sutis que são as diferenças. “Pós-kleinianos”, “Bion e Winnicott”, “Escola inglesa”, não devem ser tomados como sinônimos, mas também não devem aparecer sem mostrar onde se sobrepõem e onde se afastam.

Veja-se, devemos nos lembrar que aos pontos do concurso, que pontuarão nossas candidatas, a eles é dado como destino um sorteio, e que sorteios só funcionam por haver uma lógica. Por exemplo, na Mega-Sena, há apenas uma bolinha para cada número e a mesma chance de cada um desses números cair, sendo cada um exclusivo em seu papel: a lógica é a da não-sobreposição total. Embora não deva ser necessariamente essa lógica de não-sobreposição a que guia nossos pontos, há sobreposições que deixam alguns momentos mais isolados que os outros (por exemplo, o 1, que certamente poderia permear muitos outros e agregar a eles muito valor), fazendo com que algumas partículas se repitam e aumentem sua chance de aparecer.

Além disso, questões muito importantes, já postas por mim e também pelo PSC e que se referem à especificidade do professor no departamento, na medida em que ele é necessariamente um supervisor clínico da graduação, ficam avaliadas de maneira escassa e multiplamente mediatizada e indireta através de pontos que tentam atingir o tema da experiência clínica sem aparentemente poder dizer seu nome e seu peso com todas as letras. Não há disso uma provação.

Posto isso, vemos que não é contingente isso que introduzo como – se me permitem a metáfora em terminologia coerente com o programa em questão – a posição esquizo-paranóide de uma banca que teve (primeiro) coerência absoluta em todas as notas da prova escrita, para todos os candidatos, e, depois, se cinde em antagonismo coreográfico, dois pra lá três pra cá, na aprovação/reprovação de M1/M2. Pelo contrário, essa situação é necessária, na acepção filosófica do termo, ou seja, não tem como não ser (assim). Pelo menos quando nosso programa não fornece diretrizes e instrumental logicamente amarrado para a escolha do formador (podemos pensar de novo: em ensino-pesquisa-extensão) que desejamos ocupando nossos prédios.

Há ainda que se ver a questão do currículo/memorial. Cada uma das candidatas mostra sua trajetória e sua especificidade à sua maneira, com um estilo próprio, recursos de argumento próprios, e inclusive com um tipo de fonte, de numeração de páginas e de formatação própria. Uma das candidatas, vale frisar, tematiza na primeira página de seu memorial a vida de seu pai que segundo ela não necessitava de titulação (Dr.) para ministrar aulas numa importante universidade de nosso país, e isso porque era um clínico de grande envergadura. Está posta a questão, até ali, pela candidata, de quem entra num corpo docente: o clínico ou o titulado, aquilo que o Currículo Lattes vê ou o que ele ignora?

Lembremos que quando a consistência absoluta da banca desaba, e discutimos aqui, em Junho, isso que chamei esquizoparanoidia da banca, o PSC aparece sim, com alguma explicação, eu cito a ata, sem nenhuma intenção de personalização:

“O Prof. Gilberto Safra diz que a questão é o perfil das candidatas. Segundo foi informado, havia uma candidata com forte perfil clínico (a candidata indicada) e outra com perfil mais acadêmico.”

Todavia se é esse o caso, e a banca tinha conhecimento do privilégio a ser dado para essa linha que liga clínica-supervisão, então, das duas, as duas: (1) esse conhecimento se transmitiu por vias outras que não o programa do concurso, que embora roce a prática não a coloca ali como critério (não é prevista avaliação de técnica);e (2) a banca se dividiu mesmo à luz desse privilégio, provando alguma deficiência em sua estruturação, ou então mostrando-se dividida quanto à própria polarização clínica/academia que figura nos elementos acima trazidos.

Novamente, nos memoriais, não se trata de questionar essa banca em detrimento de uma nova, e sim a discussão de que a passagem do “8 homogêneo” da prova escrita para aprovações e reprovações tão contrastadas é marcada por algo que não se mostra com a clareza de um “determinante” no texto processo, mas que como dado novo que aparece agora ressignifica completamente o concurso nos convocando à reformulação: trata-se do destino a ser dado à dicotomia que emerge, o perfil acadêmico na outra extremidade do perfil clínico, e o destino e a formalização que podemos dar a essa dupla-face de modo que ela apareça explícita e organizada no texto em que agora não está contida senão nas entrelinhas.

Isso não se atinge senão pela via de um novo concurso, e que nenhuma pressa nos detenha de correr no sentido certo.

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1 Não é necessário comentarmos que esse corpo institucional não é fim em si mesmo, mas se encontra, isso sim, ele próprio orientado por um conceito de universidade, e de universidade pública de contribuição de ponta que, no plano ideal ao menos, se reconhece no estado e no país de que é ela mesma órgão, mesmo que, como se gosta de dizer, “autônomo”.

Encontro Didático – 1ºsem 2013

Quem diria que um diria veríamos reunidos numa mesma sala Iraí, Marcelo Benvenutti, Galeão, Adriana Marcondes, Vladimir Safatle e vários professores que sempre pareceram tão distintos para nós.

Sim, nós podemos presenciar esse momento hoje!

Quero agradecer todo mundo que apareceu no Encontro Didático. Foi um momento muito importante para a graduação do IP.

Com a presença de tantos alunos, aquilo que foi inicialmente proposto sofreu algumas modificações, mas, para aqueles que estiverem interessados em ajudar na continuação deste trabalho e nas questões do Projeto Pedagógico, contam com um material bem bacana pra levantar temas importantes.

O que eu achei bem bacana foi que, ainda que com certos receios, foi possível que os professores apresentassem aquilo que pretendem abordar durante o curso. Algo que talvez para alguns alunos pareça pouco relevante, mas que acredito muito em como falar sobre o que conteúdo apresentado em sala pode servir de inspiração para ideias e articulações entre as disciplinas, o que num futuro a médio prazo acredito que traga resultados na mudança do currículo.

Para os alunos mais interessados, inclusive para o pessoal que teve a iniciativa de montar as Avaliações dos Professores (algo que vocês podem ganhar créditos, bolsa de IC, dentre outras experiências acadêmicas) deixo o convite para se tornarem RDs na CG.

Acredito que os Encontros Didáticos se somam a iniciativas como as da Avaliação dos Professores, trabalhos de IC que sei que estão rolando sobre o curso de Psico, e ao trabalho que a Paula Debert tem feito estudando o Projeto Pedagógico, algo bem legal para nos adiantar temas importantes.

Muitas vezes, a discussão sobre o Projeto Pedagógico aparece como uma luta para os que virão e nunca para os que estão cursando, o que é mentira. A discussão sobre o currículo é um dos caminhos que abre portas para discutirmos os fundamentos da Psico, o que é legal a gente correr atrás para saber. Muitas vezes estudamos sem saber muito qual a causa, motivo, razão ou circunstância daquilo que estamos estudando, ou então percebemos que sabemos executar, mas não conseguimos explicar o que fazemos. Então, todos esses movimentos são importantes para nos apropriarmos daquilo que estudamos e criar significados.

Em breve mais notícias!

Quero deixar um link importante para essa discussão:

História do atual currículo:

Conversa com Yves e Maria Thereza

Abraços!

Danilove

Pontos batidos no Concreto

Meus concoletivos, o ano letivo começa, a se tá calor imagina de colete.

Image

Tenho participado de reuniões do GT do Bloco B, Grupo de Trabalho que tenta dar destino a uma verba vinda da reitoria voltada exclusivamente para reforma(a) e ampliação(b) dos espaços didáticos, e chegou o momento de um informe convocativo. Sobre o GT, anexo link o primeiro Boletim.

 

Com a (a) reforma dos forros, que informei no Facebook ao grupo “Psico USP” (a quem não participa, é altamente recomendável, e havendo mais de um grupo com o mesmo nome o melhor é se vincular a todos e depois excluir os mais marasmáticos) per um texto que também anexei, algumas opiniões sobre a verba, sobre a qualidade e o objetivo da graduação, sobre a reitoria, entre outros, apareceram de maneira ampla nos comentários. Tenho concordância com a ideia geral que elas trazem. Continuar lendo

Reunião do Fórum Paulista da Luta Antimanicomial

Título:   Reunião do Fórum Paulista da Luta Antimanicomial
 
Data:   sábado 8/12/2012
Horário:   9:00 – 17:00
Local:   Instituto Sedes SAPIENTIAE – SP / End: Rua Ministro Godoi, 1484 – Perdizes – SP
Anotações:   Retomando procedimento de suas reuniões em SBC, Campinas, Sorocaba, Carapicuíba, Santos, Araras e Santo André para promover discussões sobre a Politica de Saúde Mental, com enfase na Reforma Psiquiatrica Antimanicomial o FPLAM convida todos(as) para sua próxima reunião 

Obs: Esta rua começa ao lado do Parque Água Branca que fica ao lado da UniNOVE localizada perto da estação Barra Funda.

* Quanto a Pauta de reunião estara sendo discutida na hora
* Considerando que a IV – CNSM-esteve sendo de âmbito Intersetorial, Notificamos a importância da discussões voltadas ao avanço da Reforma Psiquiatrica em SP continuar ocorrendo com presença de representantes Intersetoriais.

* OBS: Caso deseje, uma galera do ABCDMRR, estará se encontrando para ir junto, na estação de trem de Sto André próximo as catracas, entre as 7 e 7:30hs da manha no sábado.

“COMPAREÇA PARA QUE JUNTOS POSSAMOS RASGAR A CAMISA DE FORÇA DA INDIFERENÇA”

Fórum de Medicalização e Frente de Luta Antimanicomial

Ontem fui a dois encontros de dois grupos que buscam agir na mobilização de pessoas e entidades fortalecer o poder público.

Junto a Dri, fui pela manhã no Fórum de Medicalização, de iniciativa e coordenação da profa. Marilene Proença, e que parece ter como proposta juntar diferentes frentes e entidades que de alguma forma sofram com esse “processo que tranforma, artificialmente, questões não médicas em problemas médicos”, como fica definido o conceito de Medicalização no Manifesto do Fórum.

Dentre os vários informes, que me deixaram um tanto confuso e várias vezes perdido na reunião, falou-se do Ato Médico, que pretende ser uma regulamentação da medicina, mas que, antes de vir como legitima defesa dos direitos da sociedade, vem como uma garantia de mercado para os médicos, na medida em que outra profissões tem conquista um espaço que antes era exclusivamente dos médicos. Continuar lendo

VI Congresso Interno do IP

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Sem ser realizado a mais de dez anos, o VI Congresso Interno do IP veio como uma oportunidade ímpar ao proporcionar a discussão entre de trabalhos entre os próprios estudantes, que puderam expor seus trabalhos no vão do bloco G, seguindo posteriormente para discussões orientadas pelos doecentes.

Assim, foi possível ver os trabalhos dos colegas graduando bem como dos colegas da pós, dos quais sempre reclamamos da distância entre os dois cursos.

Para quem participou foi possível a partir da própria apresentação repensar conceitos chaves em meio a partir de outros olhares. Tendo destaque para os professores que orientaram os grupos de discussão e se dispuseram a ler os cartazes dos alunos previamente, o que dificilmente se vê em apresentação de pôster, o que desmotiva a realização do trabalho, que muitas vezes caminha pela obrigação de sua conclusão.

Ficam, portanto, nossos parabéns e agradecimentos a quem tomou a iniciativa de organização do evento: Profa. Dra. Marilene Proença e Profa. Dra. Sônia Meyer, e a todos que contribuíram para sua realização.

Iniciativas como esta contribuem imensamente para a melhoria da nossa formação.

Abraços!

USP com Cotas?

Qual o lugar que os brancos ocupam nas relações sociais com os não brancos? Quais são as características dessa identidade sobre relações raciais sempre focam a figura do negro, Lia Vainer Schucman procurou inverter essa lógica e voltar suas atenções para o branco. Os resultados de sua pesquisa, orientada pela professora do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho, Leny Sato, foram defendidos em tese de Doutoramento em Psicologia Social, chamada: Entre o “encardido”, o “branco” e o “branquíssimo”: raça, hierarquia e poder na construção da branquitude paulistana.

Fonte: ip.usp.br